sexta-feira, 23 de abril de 2010

Night's Routine

Apenas como viver com a incerteza de que nunca conseguiria realmente explicar o que sinto dentro de mim. Observei minha fragilidade caminhar pelas estreitas ruas, becos escuros, incomodando assim, vidas alheias. E ela, sem perceber o incômodo que causava, e sem compreender os resmungos e gemidos dos próximos, seguia seu caminho, aparentemente sem rumo. Me preocupo com perguntas sem respostas que a tal fragilidade sempre insiste em me questionar, na verdade, não me preocupo com as perguntas, mas com os silêncios que ocupam os lugares das respostas. Já ouvi dizer que a noite ocupa-se de sugar todos esses silêncios aos quais tanto me preocupo, ela é como um buraco negro, aqueles que se acustumam á sua rotina, encontram dificuldades de se desprender dela, ou simplesmente, não se desprendem. Ah, quem dera eu poder adentrar a rotina da noite, quem dera!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Weakness Dream

Eu espero até poder ouvir o silêncio da noite, para que eu possa deitar em minha cama, fechar os olhos, e contar em minha cabeça com quantos inimigos dormirei esta noite. Se eu lhe contasse que meus sonhos já não são mais os mesmos, eram apenas como grandes torres construídas durante minha vida, que se tornaram tão grandes, e eu como a base dessas torres me tornei tão fraca, a ponto de deixar elas desabarem sobre mim? Se eu lhe contasse que por muitas vezes desejei que alguém entrasse por aquela porta e me acordasse, arrancando o vazio existente dentro de mim? Apesar de saber que já era um tanto tarde para ouvirem meu pedido de socorro...difícil foi encarar essa realidade. Preparei minhas malas com as únicas coisas que ainda possuía. Um lápis, algumas linhas em branco e uma promessa não cumprida. Me perdi noite adentro.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

runaway love

Desconfortavelmente deixava sua cabeça se apoiar no vidro á sua esquerda, o qual embaçava a cada suspiro seu, formando alguma figura que aos poucos desaparecia. Tentava criar alguma forma para tal figura, que teimava se formar em nada. Observando os carros através do vidro se deu conta que ja havia escurecido, apoiou seu braço contra a janela, deitou sua cabeça até finalmente se sentir mais confortável. Virando seus olhos novamente as figuras que se formavam no vidro devido sua respiração, levou sua mão direita a janela, desenhando delicadamente, em cima da pequena parte embaçada, um coração. Engraçado seria comparar aquela pequena liquefação, com o amor, engraçado, porém válido. Amor sem forma á formar, Amor que vai para voltar, Amor que vêm para partir, Amor belissimamente inútil, Amor inutilmente belo. Ah, Amor deformado de formas aparentemente tão bonitas, qual era mesmo seu destino?