quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Deep Silence

       Enquanto você estava dormindo, ou até mesmo sonhando. Quando o seu único pensamento era apenas não acordar. Enquanto lá fora, o vento soprava uma brisa, que pela janela entrava, e se arrastava por seu cobertor, e fazia com que seu corpo se arrepiasse, conforme a brisa se entrelaçava em seu pescoço. Quando não havia preocupações, nem medos, ou só aquele de que a luz do sol entrasse pelos pequenos frisos de sua janela. Seu corpo mergulhado no profundo silêncio. Enquanto você estava dormindo, ou até mesmo sonhando.

domingo, 24 de outubro de 2010

One step at a time

         Talvez eu havia me tornado uma pessoa perturbada. Temendo o impossível e esperando o fogo queimar as cinzas. Quando que tudo isso começou a mudar? Quando que essa casa se tornou tão vazia? Não estava tão ocupada, a ponto de não ver o tempo passar. Foi quando percebi que os pensamentos que me aterrorizavam  faziam o chão ranger, e a estrutura das paredes estalarem...As pessoas se tornam o que desejaram ser, a vida que possuem é a que desejaram ter. Se sofres é porque tu desejastes sofrer. Não há nada mais pecaminoso na alma de um homem, do que deixar o poder obscurecer o potencial da sabedoria que ele mesmo possui. Não procures a perfeição em si, mas sim, os erros que podes consertar para chegar até ela.

domingo, 10 de outubro de 2010

Neverending path.

           Demoramos para perceber que não estávamos em um conto de fadas, toda aquela realidade repentina fez com que nossos castelos desmoronassem. E o tempo está passando tão rápido, e suas mágoas parecem se aprofundar cada dia mais, o que você fará quando todas essas paredes que lhe protegem vierem abaixo? Você nunca poderá mudar o que foi feito, mas você insisti por que supõe saber o seu destino. E tudo que sei, é o que seus olhos me dizem, eles deixam transaparecer a verdade. A sua verdade. Deixei que a luz se apagasse mais um vez, deixei que o telefone tocasse mais uma vez, que a porta fechasse por mais uma vez e que por mais uma vez a vida escapasse de minhas mãos. Acredite, se a vida fosse tão fácil como dizem, o amor não existiria.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

While the sunrise

          Apertei minha mão contra o peito, como se esse gesto fosse impedir que meu coração pulasse para fora do mesmo. Pensar que tudo o que eu mais queria estaria muito longe, pensar que eu deixaria meu sonhos serem apenas sonhos. Fazia algumas horas que eu havia deixado de pensar em tudo que poderia acontecer, cheguei a pensar que não estava pensando, e mesmo assim não ser atraída pelo desejo de pensar. Impressionante. Eu tinha quase certeza que o sol já estava nascendo, e eu ainda estava acordada, por algum motivo, que eu mesma desconhecia. Observei meu quarto mal iluminado por um abajur antigo. Eu estava ali fazia um bom tempo, e eu também não sabia o que eu esperava. Talvez esperava por algum acontecimento, talvez algo que fugisse da minha rotina. Eu esperava sentimentos que fugiram de mim algum tempo atrás. Ou simplesmente esperava por uma vida nova. Eu esperava não esperar mais.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

About Life, About Love

Eu não gostaria de me perder contando dias e/ou semanas que passaram sem alguém. Mas o destino é tão óbvio! As mesmas coisas se repetem a todo momento. É como uma prova, se você a termina sem entendê-la, terá que repeti-la quantas vezes for preciso, para que possa compreender. Amar é uma prova. E assim como nos acostumamos com as qualidades de viver, teremos que nos acostumar com os defeitos. Já vi tantas pessoas jogando ao vento seus passados e seus amores. Quem seria elas sem um passado? O passado é a única coisa que pode relembra-las de quem realmente são. Talvez olhar para trás seja o único jeito para que possamos olhar para o frente. E quem seria elas sem seus amores? Não deveriam se sentir tão tristes quando um amor acaba, ou vai embora, elas ainda têm muitas chances de aprender a amar novamente. A vida dá tantas voltas, que deixar o tempo controlar você, seria um grande erro.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

The next day


Entre todas as dores, de coração, de estômago, de cabeça... há uma, somente uma, que realmente dói, dói lá dentro, bem fundo. A dor do dia seguinte. A dor da realidade, quando você acorda e vê que nada foi sonho, como uma pancada, na hora parece não doer tanto assim, mas no dia seguinte é diferente. Passamos a vida toda nos iludindo com coisas do tipo ''O amor é permanente'', como diz Martha Medeiros na sua crônica O permanente e o provisório, e no final concluí ''Tudo é provisório, inclusive nós.''. Então acordamos para a vida, a gente é obrigado a aprender a viver de novo, algo do tipo ''with or without you''. A dor nos segue por alguns outros dias seguintes, mas passa. Sem se despedir, sem trancar a porta ou talvez desligar a luz, vai embora. Passa, como tudo na vida passa.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ordinary People


Talvez seja melhor mentir, do que encarar minha própia realidade. Não sei como cheguei aqui, mas são poucas coisas que possuo neste momento, incluindo algumas memórias. E não acho que seria válido fazer muitas perguntas, de qualquer jeito, não poderei regredir nenhum passo. Me afoguei em muitas mágoas, desmoronei minhas própias muralhas, incendiei meus própios castelos, e deixei minha vida caminhar longe do meu corpo.Não dormi essa noite, como a noite passada, e talvez como a retrasada. São poucas coisas que sinto falta, não me lembro quase de nada, difícil sentir saudade. Dei adeus a quem for que seja que eu costumava chamar de amor. Peguei muitos aviões, com tantos destinos, cheguei e parti de tantos lugares. Me perdi, todos eles pareciam tão iguais. Conheci lugares e pessoas diferentes. São iguais a mim, correm para tantos lugares, nunca se encaixam, esquecem de amores passados, esquecem da própia vida. Sem destino algum, e com tanta pressa, se perdem.
 There's no need to rush, we're all just waiting, waiting to die.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Breaking up with our breaking down

Está quieto nas ruas, mas está gritando dentro de sua cabeça. Consciência. Se estamos nos machucando por nada, por que nos machucamos? Tranque as portas, feche as cortinas, de algum jeito entramos nesse jogo, de algum jeito teremos que sair. Dias e noites, problemas não resolvidos ainda latejam em nossa cabeça. Aonde quer que você vá, qualquer pessoa que você conheça, todos diram a mesma coisa, o céu está fora de alcançe e o inferno tão perto, e acabamos por resolver nada. Estamos correndo para nenhum lugar, acalmamos nosso passo, nunca somos os últimos, por que não há mais ninguém nessa corrida além de nós. Respire, pergunte a você mesmo, o que realmente importa? Nossas boas intenções podem deixar feridas que serão difíceis de sarar. Nossas más impressões iram fazer inimigos que nunca poderemos enxergar. Nunca encontrarei as palavras certas para descrever nossa recaída.

domingo, 30 de maio de 2010

Classic Case

Observava o sol se pôr todo o dia, observava a noite possuir o céu, até ver seu quarto inundado pela escuridão. Em sua mente já não havia sonhos, o orgulho havia acabado com suas esperanças. Amigos que foram e voltaram, foram e não voltaram, temia que o sol seguisse este mesmo rumo. Deveria se levantar todo o dia, seguir sua rotina, de se observar envelhecer aos poucos, olhar para o espelho toda vez que acordava e toda vez que iria adormecer e perguntar quem era mesmo e se realmente existia. Amores que foram e voltaram, foram e não voltaram, agora apodreciam em algum cemitério dentro daquele coração. Seu orgulho lhe cegava, ao ponto de não ver sua própria recaída. Como pôde passar a vida toda se escondendo embaixo de disfarces? Como pôde quebrar o própio coração com tanta facilidade? Como pôde, com disfarces rasgados e coração partido, continuar?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Night's Routine

Apenas como viver com a incerteza de que nunca conseguiria realmente explicar o que sinto dentro de mim. Observei minha fragilidade caminhar pelas estreitas ruas, becos escuros, incomodando assim, vidas alheias. E ela, sem perceber o incômodo que causava, e sem compreender os resmungos e gemidos dos próximos, seguia seu caminho, aparentemente sem rumo. Me preocupo com perguntas sem respostas que a tal fragilidade sempre insiste em me questionar, na verdade, não me preocupo com as perguntas, mas com os silêncios que ocupam os lugares das respostas. Já ouvi dizer que a noite ocupa-se de sugar todos esses silêncios aos quais tanto me preocupo, ela é como um buraco negro, aqueles que se acustumam á sua rotina, encontram dificuldades de se desprender dela, ou simplesmente, não se desprendem. Ah, quem dera eu poder adentrar a rotina da noite, quem dera!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Weakness Dream

Eu espero até poder ouvir o silêncio da noite, para que eu possa deitar em minha cama, fechar os olhos, e contar em minha cabeça com quantos inimigos dormirei esta noite. Se eu lhe contasse que meus sonhos já não são mais os mesmos, eram apenas como grandes torres construídas durante minha vida, que se tornaram tão grandes, e eu como a base dessas torres me tornei tão fraca, a ponto de deixar elas desabarem sobre mim? Se eu lhe contasse que por muitas vezes desejei que alguém entrasse por aquela porta e me acordasse, arrancando o vazio existente dentro de mim? Apesar de saber que já era um tanto tarde para ouvirem meu pedido de socorro...difícil foi encarar essa realidade. Preparei minhas malas com as únicas coisas que ainda possuía. Um lápis, algumas linhas em branco e uma promessa não cumprida. Me perdi noite adentro.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

runaway love

Desconfortavelmente deixava sua cabeça se apoiar no vidro á sua esquerda, o qual embaçava a cada suspiro seu, formando alguma figura que aos poucos desaparecia. Tentava criar alguma forma para tal figura, que teimava se formar em nada. Observando os carros através do vidro se deu conta que ja havia escurecido, apoiou seu braço contra a janela, deitou sua cabeça até finalmente se sentir mais confortável. Virando seus olhos novamente as figuras que se formavam no vidro devido sua respiração, levou sua mão direita a janela, desenhando delicadamente, em cima da pequena parte embaçada, um coração. Engraçado seria comparar aquela pequena liquefação, com o amor, engraçado, porém válido. Amor sem forma á formar, Amor que vai para voltar, Amor que vêm para partir, Amor belissimamente inútil, Amor inutilmente belo. Ah, Amor deformado de formas aparentemente tão bonitas, qual era mesmo seu destino?

sexta-feira, 19 de março de 2010

As lágrimas em meus olhos deformavam seu rosto, até que tudo embaralhasse e o que eu conseguia ver eram apenas vultos, manchas, em todos os sentidos. Deixei que as lágrimas se libertassem de meus olhos, e que caminhassem sobre meu rosto como se tivessem algum tipo de rumo. Dou meia volta. Fecho meus olhos, me perco nas memórias, não me recordo de alguma confiança. Eu poderia deixar todos meus problemas para trás se eu tivesse certeza que eles não bateriam à minha porta á noite, se ao menos eu tivesse essa certeza, talvez me sentiria mais segura, mas a questão é, quão seguro é se sentir seguro?

quinta-feira, 11 de março de 2010

Mansão de madeira.

Por mais cautelosos que fossem seus passos, aquele antigo chão de madeira escura não deixaria ninguém passar por despercebido naquela casa. Girou a maçaneta, se direcionou a velha poltrona de couro de seu pai, onde se aconchegou suavemente, rezando para que seu pai voltasse tarde do trabalho, porque só Deus sabia o que seria dele se seu pai o visse lá. Agarrou com as duas mãos o livro que se encontrava na mesinha ao lado, o abriu, e logo seu corpo permaneceu na mesma posição, extático, apenas seus olhos se mexiam lentamente de um lado para o outro, ele achava engraçado a maneira que se sentia seguro ao ler aquele livro - aquele e tantos outros que ja estavam acumulando pó na estante da sala principal - sua imaginação aos poucos começava a construir um outro lugar - completamente diferente ao qual ele estava acustumado a viver - um lugar sem uma realidade tão dura, e isso o fazia sentir a tal segurança. A história do livro contava sobre uma tarde de verão, enquanto crianças brincavam pelos gramados de um parque qualquer, um homem caminhava lentamente atravessando o parque, para chegar a sua casa que não era muito longe dali, pelos seus trajes, era um homem de classe alta, o mais rico da cidade, era o que diziam, morava na mansão logo no final da rua do parque. A maioria das pessoas mantinham uma grande distância do velho rico, corria boatos que ele espancava o própio filho, aquele menino doce que costumava ler para as crianças do bairro, era o único de todos que ja havia aprendido a ler, talvez seu pai não fosse bem das idéias, era o que comentava uma mulher que dizia ser vizinha de porta do tal homem. Ele não olhava para os lados, nem para frente, sempre em linha reta olhando para o chão, ele seguia. Ele chegou em casa, empurrou a porta, gritou á sua empregada para que levasse um café em seu escritório, subindo as escadas parecia descontar cada problema que se envolveu em seu trabalho em cada degrau, logo chegou ao corredor, por mais cautelosos que fossem seus passos aquele antigo chão de madeira escura não deixaria ninguém passar desapercebido naquela casa. Girou a maçaneta.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010


Enquanto o sol se arrasta lentamente pelo seu quarto, fazendo com que a cada minuto tudo se torne mais escuro, as sombras se tornam mais sombrias, e pela janela onde tudo se via, e agora parece nada se ver, seus últimos suspiros antes de adormecer parecem ser os mais profundos, sua alma se desprendendo de seu corpo, a noite carrega consigo seu frio, sua brisa, que aos poucos, envolvem aquele quarto, envolvem seu corpo, o vento que bate na janela faz com que as árvores do lado de fora dançem, e as sombras acompanham aquela dança, e seus olhos acompanham a dança, o relógio acompanha a dança, que por fim, faz com que sua mente acompanhe a dança, fazendo com que sua alma acompanhe a dança, até você acompanhar a dança e se desprender, desprender, e adormecer.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Como se o tempo estivesse desacelerado, e meu coração batia mais forte, segundos se transformam em minutos, minutos em horas, horas em dias. Minhas mãos tremiam, os arrepios se tornavam cada vez mais constantes. Minha boca secava, meus olhos brilhavam e meus joelhos pareciam fracos, fracos o suficiente para não aguentar meu corpo, então a sensação de leveza, meu corpo estava caindo, minha mente desestressando, um frio envolvendo meu pescoço, algo completava meu corpo, algo tão forte. Um cobertor de penas havia me cobrido, ouvia uma respiração tão funda e quente, seu traje era preto desbotado, aquele rosto tinha uma expressão severa, enquanto seus olhos deixavam transparecer sua pureza, você segurou minha mão com toda sua força, então observei o céu em nossa volta, voltei para seus olhos, você segurava minhas mãos com mais força. Senti um vento forte, um vento que vinha contra nós dois, sua mão estava se desprendendo da minha, tão lentamente, era tão forte. Não, eu não posso deixar que esse vento te leve, não denovo, eu mal conseguia lhe ver, o tempo acelerou, eu estava sem folego, eu suava frio, tentava gritar, mas algo me impedia, tudo escureceu. Acordei.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010


Ouça minha voz, este é meu disfarçe, apesar de estar ao seu lado. Eu nunca acreditei que eu poderia me achar, mas achei. Eu nunca acreditei que eu poderia continuar, mas continuei. Sei que todos essas semanas, e meses, e anos, tem sido tudo tão difícil, mas acredite, sempre há um jeito de seguir em frente. E isso foi tudo que você me ensinou, isso foi o que você causou em mim. Feche seus olhos, e acredite, estou ao seu lado. Tenho tanto a dizer, irei abrir meu velho diário e lhe dizer que queria que você estivesse aqui novamente. E esse mundo cheio de inúteis nunca mais será mais o mesmo sem você, e você sabe disso. Prometo á você que apesar de o tempo passar tão rápido enquanto você adormece, ele irá se acalmar ao seu acordar, e tudo será lembrado, nunca iremos esquecer. Apenas acredite, você estará bem, aonde estiver. "Se não houver ninguém ao seu lado quando sua alma embarcar, então eu lhe seguirei escuridão á dentro "

sábado, 16 de janeiro de 2010



Faça o que quiser fazer, Seja quem quiser ser, Fale o que quiser falar. Mas eu terei de dizer, não acredito nisso, apesar de andar pensando muito sobre. E sempre me perguntei, por que você nunca se aproximou e disse o que realmente queria, e mesmo que tivesse que esperar, não era o que você desejava? Queria que você pudesse enxergar o tamanho do seu potencial, e quão longe poderia chegar se ao menos se atrevesse á tentar. E pensar que o amanhã esta próximo, e que, logo, o hoje fará parte do nosso passado, e logo, de lembranças remotas. Eu devo estar pensando, refletindo, dormindo, sonhando. Mas subitamente acordo. Se ao menos por um minuto eu conseguisse esquecer de tudo e de todo que me rodeiam, e finalmente lembrar que existo. Se é que existo. Mas por que você acha que eu desistiria logo agora? Estou sofrendo, mas não estou indo embora. Se cada soldado fosse desistir de uma guerra por um tiro no pé, quem saberia como o mundo estaria hoje. Posso me manter longe, parar de ferir, de magoar. A única coisa que sempre tentei dizer é que eu estava pronta para mudar, sempre estive disposta á isso. Todo caminho que tomo me mostra o mesmo destino, tudo que escrevo só me leva á primeira linha, onde comecei e nunca terminei. Então amasso e arremesso contra a parede minhas própias palavras que me fazem cantar minha própia derrota. E é onde tudo acaba. E isso é por todas as vezes que eu nunca voltei atrás.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Tudo que escrevo parece subir minha cabeça. Mas o que eu realmente escrevo, nunca será dito. Se nem mesmo eu compreendo meus sentimentos, como você poderia compreender? Mas acho que agora seria muito tarde para filosofar e dizer que nunca pensei que poderia acabar assim. E seria mentira, sempre sei como acaba, mas nunca consigo resistir. E agora presa em um quarto junto á fantasmas do meu passado, me atormentam, e por mais um noite, não fecharei meus olhos. Preciso de uma explicação, eu nunca soube descrever o que realmente sinto. Hoje, em uma estrada sombria meus passos ecoam, enquanto tento respirar profundamente e achar o ar puro, mas ele nunca existiu. Até quando conseguirei resistir á tudo isso? É como se o mundo tivesse se tornado menor, em certas horas penso que eu poderia estar bem melhor do que estou agora, até me lembrar de tudo que fiz, e que talvez eu mereça isso. Sentar na chuva e ver aviões sobrevoarem minha cabeça, queria pela última vez ter alguém ao meu lado. Dizer pela última vez que não me arrependi. Dizem que esta é a vida, e que nunca poderei me sentar e esperar que algum milagre aconteça. Então vou á fora junto a todos aqueles que perderam seus corações no caminho da paixão. Mas e se isso tudo for uma grande mentira?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010


Me pergunto se depois dessa grande recaída, conseguirei me recompor novamente. E se eu conseguir, não sei por quanto tempo aguentarei. Tanto que terei que caminhar, e essas luzes que deveriam ajudar, apenas me cegam. Esses dias tediosos que parecem não passar me deixam eufórica á espera de um novo dia, e quando finalmente chega deixando-me esparramar toda esperança que ainda me restava. Espero que eles não se importem que hoje não terei nada a declarar, minhas palavras agora estão presas em minha mente, irei deixá-las apenas para mim, palavras silenciosas. Me disseram para sair, e ver que ao lado de fora faz sol, e observando o céu, tudo, tudo apenas irá embora. Observando a maneira como uma pintura se torna realidade do lado de fora. Parando o tempo para observar tudo do outro lado, dizem que tudo irá embora, todo meus pensamentos e palavras desnecessárias. Então corro contra o vento, correndo das verdades que não quero ouvir, promessas não cumpridas. Eu deveria saber que isso me traria dores. Mas agora só o que me resta é acreditar no futuro. Me recomponho ao passar pela porta.
Porque ainda me surpreendo por eles estarem certos? Nunca voltei.